Foto: Anna Carolina Negri/Valor
O relatório assinado pelos analistas Caio Ribeiro e Gabriel Galvão aponta que a demanda de celulose no país chegou a um bom patamar em agosto. Na Europa, os preços seguem pressionados devido à lenta recuperação da demanda, enquanto na Ásia uma alteração de política nos contratos futuros acelerou a alta dos preços em Xangai.
Segundo os analistas, o mercado consumidor na América Latina aumentou as encomendas mês após mês e mesmo segmentos mais afetados devem observar alta nos volumes. O relatório lembra que o segundo semestre é historicamente marcado por forte demanda. Com a lenta reabertura da economia, com estabelecimentos comerciais ampliando o horário de funcionamento no Brasil, o nível de preocupação registrado no segundo trimestre deste ano deve recuar.
Ainda segundo os analistas, como as negociações de celulose seguem o índice Foex europeu do mês anterior, os preços continuam inalterados na região. A celulose de fibra curta de eucalipto no Brasil está estável na faixa de US$ 510 a US$ 680 a tonelada, enquanto na América Latina o preço máximo vai até US$ 530 em média.
Na China, o mercado de futuros Xangai anunciou que mudou sua política para permitir que a celulose de eucalipto estocada em armazéns de fábricas conte como mercadoria para contratos de futuros, a partir do último dia 1º de setembro. Em resposta, fornecedores canadenses aumentaram seu preço da celulose de fibra longa para US$ 625 a tonelada na China.
A diferença entre os preços da celulose de fibra curta e de fibra longa disparou na China na semana passada, com os preços da fibra longa no país asiático subindo acentuadamente na recuperação do mercado de futuros. A agência de notícias Risi cita US$ 580 a tonelada, alta de US$ 10 por tonelada. Os negócios na Bolsa de Xangai dispararam na segunda e na terça-feira, e, embora os preços tenham recuado, ficaram em patamares acima da última semana.
Já na Europa, os preços de papel de jornais ficaram estáveis em agosto devido aos volumes menores, enquanto os preços locais permaneceram sob pressão com a alta disponibilidade de papel. As encomendas de livros continuaram a aumentar mês a mês, embora ainda estejam muito lentas, e as editoras apontaram um pequeno aumento no consumo de publicidade.
Fonte:Valor Investe